Carla Mendes e Brenno Marques, para o Procel Info
Rio de Janeiro – Apesar de apresentarem uma alternativa mais energeticamente sustentável do que as lâmpadas incandescentes, as lâmpadas fluorescentes podem se tornar uma ameaça ao meio ambiente e à população se não forem devidamente descartadas. Por conterem mercúrio, um metal pesado e tóxico, as lâmpadas fluorescentes que perdem sua utilidade devem ser recolhidas e encaminhadas a empresas capazes de realizar o descarte deste tipo de resíduo sólido de maneira segura e eficaz.
Segundo o artigo 33 da Política Nacional de Resíduos Sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de diversos tipos de produtos, dentre eles as lâmpadas fluorescentes, “são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos”.
Expansão do uso requer cuidados
Um dos motivos pelos quais a preocupação com o descarte das lâmpadas fluorescentes tem aumentado é o inevitável crescimento do consumo deste tipo de produto. A Portaria n° 1007, de 31 de dezembro de 2010, tem como objetivo reduzir a quantidade de lâmpadas incandescentes e elevar a participação de unidades mais eficientes, como as fluorescentes compactas e halógenas. A partir do dia 30 de junho de 2012, os fabricantes e importadores tiveram que parar de trabalhar com lâmpadas incandescentes de uso geral com potências de 150 W e 200 W que não atendam níveis mínimos de eficiência energética. A proibição está se dando de forma gradual, começando pelas maiores potências.
Segundo o chefe da Divisão de Estudos e Equipamentos Eficientes – PFDE, Rafael Meirelles David, “a regulamentação estabelece que as lâmpadas mais ineficientes que não atendem aos índices mínimos não podem mais ser comercializadas no país. A intenção é tornar o mercado de iluminação mais eficiente e induzir a introdução de novas tecnologias”.
Rafael afirma, ainda, que de acordo com a Portaria, especificamente para as lâmpadas de 150 W e 200 W, os fabricantes e importadores poderão vender seus estoques até 31 de dezembro de 2012. “Os atacadistas e varejistas terão prazo de um ano para cumprir a determinação. Ou seja, eles poderão comercializar esses modelos até 30 de junho de 2013”, disse.
No caso das lâmpadas de 60 W (as mais utilizadas) 75 W e 100 W, a data limite para fabricação e importação se inicia em 30 de junho de 2013, sendo que a comercialização se encerra em 30 de junho de 2014. As lâmpadas de menor potência seguem um escalonamento semelhante, cujo processo termina em 30 de junho de 2017.
Visão da Eletrobras Procel
A Eletrobras Procel entende que esta é uma oportunidade para que o mercado introduza outras tecnologias mais econômicas que substituam a lâmpada incandescente. Segundo Rafael David, “estimativas da Eletrobras Procel mostram que se todas as lâmpadas incandescentes em uso no setor residencial fossem substituídas simultaneamente por lâmpadas fluorescentes compactas, a economia resultante seria de aproximadamente 5,5 bilhões de kWh por ano, o que equivale ao consumo anual de todo o Distrito Federal, com 2,5 milhões de habitantes. Esta economia pode chegar a até 10 bilhões de kWh por ano, em 2030, de acordo com as projeções de crescimento do País”.
A Eletrobras Procel conta com a parceria do Ministério de Minas e Energia e do Inmetro para ampliar o impacto dessas ações.
Parcerias garantem descarte sustentável
Algumas empresas já se engajaram no objetivo de expandir o descarte correto das lâmpadas fluorescentes. No Rio de Janeiro, a Idea Cíclica – Instituto para Desenvolvimento Ambiental e Tecnológico – consolidou uma parceria com a Naturalis Brasil, e trouxe para o Rio de Janeiro a tecnologia capaz de destinar corretamente e com segurança, lâmpadas de qualquer tipo, da forma mais simples e barata possível.
A máquina que, em inglês, chama-se Bulb Eater, ganhou no Brasil o nome de “Papa-Lâmpadas”. O equipamento é um triturador que, em poucos segundos, mói lâmpadas fluorescentes e separa o vapor do mercúrio, altamente tóxico, do vidro e alumínio. Várias empresas como CSN, Votorantim, White Martins, Whirpool, dentre outras, já atuam em parceria com a Naturalis Brasil no projeto em outros estados.
No estado do Rio de Janeiro, a concessionária de energia Ampla, do Grupo Endesa, leva às 66 cidades sob sua concessão o projeto Papa-Lâmpadas. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, a Ampla “realiza a descontaminação das lâmpadas fluorescentes desde 2007, em parceria com a empresa Idea Cíclica. A distribuidora de energia estabelece convênios com empresas e instituições, como hospitais, universidades e Secretarias, para realizar gratuitamente o descarte ambientalmente correto das lâmpadas e das substâncias nelas contidas”.
Outro projeto da empresa, o Consciência Ampla Sobre Rodas, ajuda na difusão do uso das lâmpadas fluorescentes. Os clientes que se encaminham à carreta do projeto com uma conta de luz em dia, mais uma lâmpada incandescente, recebem duas lâmpadas eficientes.
Detalhes Técnicos
a. lange & sohne replicacolor:=transparent;= line-height:=1.5em;=>O Papa-Lâmpadas é composto de um tambor metálico de 200 litros e possui um triplo sistema de filtragem: um para pó fosfórico, um para partículas de vidro e um para retenção de gases venenosos.
O equipamento foi importado dos Estados Unidos e submetido a testes no IPT da USP, em que recebeu certificação por atender, de forma excelente, à norma ABNT-NBR 10004, que dispõe sobre o descarte de resíduos sólidos. O Papa-Lâmpadas é o único equipamento exclusivamente testado para atender às normas da ABNT-NBR 10004 e O.S.H.A. método NIOSH 6099. De acordo com a empresa Naturalis Brasil, o equipamento tem capacidade para compactar aproximadamente 850 lâmpadas.
Mais informações sobre o projeto encontram-se no site da replica watches shop.
19/10/2012